segunda-feira, 24 de setembro de 2007

O Escrever

Como definir precisamente essa ação maravilhosa que é o escrever, que de forma poética,dissertativa, narrativa, conclusiva, simplesmente liberando todas as emoções, ou em uma simples folha de papel, com seu grafite, ou mesmo no seu computador, você relata todas as impressões do seu dia, ou do passado ou mesmo predizendo o futuro.
É um momento mágico, há a necessidade extrema do entendimento do seu universo e em uma união suprema, com o universo alheio. E o lugar que manifesta toda essa comunhão pode ser de fronte a uma paisagem linda, no seu recanto, no trabalho, porque há uma ordem expressa em seus pensamentos: _ Vá escrever! E palavras encantadas dançam em sua mente e em qual idioma?
_ Não sei! A ordem é emocionar, é cativar, indagar, transferir sensações, fazer você imaginar, fluir, sorrir ou chorar.
É uma hora que você não precisa de nada excepcional e ou outros artifícios para chegar nesse momento lindo, a não ser entender e amar cada vez mais o seu Eu expressivo, poeta, pois ser escritor, é presentear a literatura com suas letras, reverenciando o trabalho de grandes escritores no passado e dando continuidade à escrita sempre de forma inovadora.
O saber reverenciar a cultura de outros países é fundamental, homenageando sempre sua língua raíz, mas, querer apenas bater palmas as letras do idioma predominante, isso não é plena interação, visto hoje, nesse mundo globalizado, há a necessidade da comunicação ser abrangente, efetiva, visando a difusão de uma comunicação eficaz e dinâmica.
A divulgação da leitura, o estímulo para que os jovens possam ler, é imprescindível, tanto para autores já reconhecidos ou mesmo os iniciantes que trazem uma visão diferente dos acontecimentos ao mundo.
Destacando é claro, suas experiências ou num conto fantástico ou diante de fatos reais, o escritor, poeta, contista, comunicador, terá seu papel inovador e exuberante marcado na história. As suas letras definem o seu ser e este deixa preciosas marcas na trajetória de sua Arte.


Regina Rocha

sábado, 22 de setembro de 2007

Esporte é Vida

Algo muito interessante para se ter entendimento é sobre a disciplina e outra é postura.
Aprendi com os meus Mestres na Capoeira, que saber fazer um jogo bonito é essencial, sabendo se defender, mas se porventura cair, saber levantar-se rapidamente.
Hoje em dia, há enorme procura para os esportes induzindo os filhos à prática esportiva, mas se também os pais procurassem os benefícios dos esportes, praticando-os em família é fundamental, pois há a integração, melhorando o relacionamento familiar.
A minha procura logo cedo pelo esporte foi devido a influência de uma prima que praticava atletismo e eu acompanhava ela até o Ibirapuera e em outros clubes, observando
o desempenho daqueles atletas, a motivação para querer sempre fazer o melhor, tendo assim bons resultados.
Escolhi a Capoeira, por ser um esporte completo, trabalhando bem o condicionamento físico, a integração social, a musicalidade, a diversão, antes de tudo, o respeito.
Saber divertir-se, trazendo os benefícios para o seu corpo, sua saúde, e depois poder recomendar perfeitamente para as pessoas, é uma satisfação, pois como capoeirista, sempre coloco na prática o meu aprendizado e como tenho filhos, tenho o prazer de sempre ensiná-los, por isso somos todos graduados.
A hora exata que você colocará em prática o que você aprendeu durante anos em uma academia, observando seu Mestre com o novo exercício, a nova corda de graduação, a hora da roda, a música que você escolheu para cantar bonito para o Mestre, você está sabendo neste instante que você esta pronto e diz para você mesmo: _ Sim, eu estou pronto para jogar bonito!
Mas...quero ver é na hora do inesperado, na hora que você esta sozinho, na hora que você tem que ser você e não tem exatamente ninguém por você. É nesse momento que você próprio é o seu Mestre. São os seus pensamentos, são as suas palavras que comandam, que fazem que você escolha o melhor caminho, que ordena que você olhe para a luz, uma luz que te faz brilhar, eliminando todos os seus medos e quando você esta no comando do seu corpo, com equilíbrio e força, você sempre vence e joga bonito, mas é no jogo da vida.
Certa vez...ao dirigir numa estrada, voltando para casa, eu cantava uma ladainha que adoro:
"Sou um jogador, jogador de Capoeira!
Capoeira é uma Arte, da cultura brasileira!"
(...)
(Mão Branca)


Regina Rocha

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Jovem Talento


_ Papai! Olhe o que eu fiz!
_ O quê meu filho? Porque você pegou o meu rádio despertador?
_ Eu acabei de montá-lo, papai! :)
_ Montá-lo? Menino! Eu já não disse para você não mexer nas coisas do papai!
O menino com os seus sete anos de idade gostava de estudar eletrônica, ficava pegando os aparelhos do seu pai, para desmontar e montá-los novamente e gostava de ler muito sobre esse assunto, aprendendo cada vez mais.
Logo teve interesse pelos computadores e desde cedo continuava se atualizando e resolvendo pequenos problemas técnicos de manutenção. Foi quando a sua mãe resolveu colocá-lo aos doze anos, em uma escola que lhe ensinasse com segurança para trabalhar com computadores, já iniciando um curso profissionalizante.
Certo dia, ela saiu com seu filho, mostrando-lhe o caminho da escola e ensinou-lhe diversas vezes,sendo que uma vez deixou que ele seguisse o caminho sozinho. O filho pegaria o ônibus à tarde, iria até a escola e ao retornar a mãe o estaria esperando na parada de ônibus.
_ Filho! Faça exatamente como a mãe lhe ensinou. Vá para a escola, preste atenção em seus professores, não tenha medo de errar, pergunte se tiver dúvidas, preste atenção também na saída e ao retornar, quando pegar o ônibus, eu estarei te esperando na parada de ônibus, conforme combinado.
O horário da aula era à tarde. O menino saia após o almoço e retornaria no final da tarde, onde estava acostumado a discutir assuntos técnicos com pessoas com idade mais avançada que a dele, com professores e ele não se intimidava de ser o menor da classe.
Ele participou da aula, fez as lições, pegou a sua apostila e retornou para casa, pegando o ônibus com tranquilidade.
A mãe, na parada de ônibus já estava aflita, pois o filho não aparecia logo. Chegou o primeiro ônibus, desceram os passageiros e nada!
_ Senhor meu Deus! Onde está o meu filho? Eu estou certa meu Deus! Eu estou certa que devo ensinar-lhe cedo o caminho do estudo e trabalho!
O segundo ônibus! Os passageiros desciam lentamente, mas, nem sinal do seu filho.
_ Senhor Deus!
A primeira lágrima no rosto de mãe, o coração apertado.
O terceiro ônibus e entre os passageiros, estava o menino, já vindo sorridente encontrar a sua mãe.
_ Filho!
_ Senhor Deus…obrigada!
_ Como foi a sua aula? Você teve alguma dificuldade?
_ A aula foi ótima mãe, eu desmontei um computador e me ensinaram a usar as ferramentas corretas e como trabalhar com segurança e o professor conversou muito comigo.
A mãe que então estava aflita, sentiu gratidão, por seu filho parecer tanto com seu pai, com espírito criativo, era escultor e cedo já saia para o trabalho, e com seu avô, engenheiro eletrônico, que conversava frequentemente sobre peças com seu neto , com sua mãe que ficava digitando textos em frente ao computador em seu trabalho, quando já o sentia mexer em sua barriga, já louco para nascer e “brincar” com os seus computadores.
Hoje, esse menino é um jovem empreendedor, dinâmico, talentoso, cheio de idéias e adora inventar.
Meu filho maravilhoso…J. Willians.

Regina Rocha

***

Casa de Campo


Como Paulistana, não tinha o costume de viajar para o interior da cidade. Sabia apenas do meu trabalho, estudos, família e tinha completa aversão de viajar para essas cidades, muito verde, mas um dia isso mudou.
Nós Conhecemos um rapaz, amigo da família que tinha verdadeira paixão por cavalos e todas às vezes que ele visitava a família falava do seu cavalo que ele guardava em um Haras muito bonito, na cidade linda chamada Sorocaba.
Quando ele chegava com toda a família reunida eu não compreendia a sintonia daquelas músicas que ele escutava, Almir Sater! Ele passava a semana toda trabalhando e nos finais de semana corria para ver seu cavalo, um belo animal de cor castanha e um dia convidou a todos para vê-lo e que pudéssemos ter uma tarde agradável, conversando com os amigos.
No caminho para o Haras já podíamos notar o ar diferente, mais puro e as belas paisagens que encantavam os olhos. Ao chegar pude presenciar completo carinho e atenção para com os animais, crianças aprendendo a cavalgar com a presença de profissionais competentes, espaços com rico paisagismo e lugares convidativos para uma conversa com amigos, permitindo-me assim ter um maior contato nesse ambiente que desde então eu desconhecia. Com essa amizade precisamente, algo mudou inteiramente em mim, fazendo eu me apaixonar pelo campo e a observar a vida de pessoas afastadas das grandes cidades como São Paulo.
Depois os amigos se encontravam novamente, só que desta vez foi na minha casa, construída no interior e praticamente entre as festas do final de ano, estavam sendo tocadas as músicas dele, que agora seriam também minhas músicas, porque ele me ensinou a valorizar os ritmos regionais que há na cidade e que igualmente são lindos, pois aprecio músicas diversas. Outros amigos também eram recebidos com muita festa.
É muito gratificante morar na cidade de São Paulo e depois também ir cuidar da sua casa de campo, com pessoas amigas que cuidam da jardinagem, como um senhor muito simpático, já com idade avançada, mas com plena disposição para o trabalho e sempre apresentando um sorriso no rosto e vontade de trabalhar, é lindo de ver essa riqueza em seu olhar. Uma outra amiga ao cuidar da limpeza da casa, das minhas coisas, dos pequenos detalhes, das minhas cortinas, feitas por mim ou de cada flor no jardim e todas as mudas plantadas.
Tem certas coisas que os verdadeiros amigos nos deixam para sempre, que são as marcas dos sorrisos de expressões em sua face, em cada sorriso uma expressão linda, isso nenhum inimigo pode tirar, pois aqueles momentos estão marcados para sempre e é exatamente a soma de todas as alegrias da sua vida é o que podemos chamar de felicidade…:D

Regina Rocha

***

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Encontro de Mestres


Já estava marcado, um novo batizado de Capoeira. Todos do grupo se encontrariam em um grande evento em São Paulo e muitos amigos viriam de outras cidades. Os grandes mestres estariam também reunidos para avaliar todos os alunos onde seriam feitas as graduações. Aluno somente troca de cordão, sendo derrubado por mestres.
Um salão enorme estava enfeitado com flores e todos os instrumentos já estavam devidamente arrumados e os capoeiras prontos para tocar, aguardando a chegada do grande mestre. Todos os demais alunos ficariam do lado de fora do salão e numa fila enorme os capoeiristas arrumavam os seus abadás, a sua roupa branca com o símbolo da escola, um lenço branco, sendo que as crianças entrariam primeiro.
Começam os atabaques a serem tocados. Os mestres convidados já estavam aguardando sob o comando do grande mestre. Uma voz forte ecoa por todo o salão:
_ Iêêê!! Axé para todos os capoeiras!
_ Iêêê!! Axé para todos os mestres!
As crianças começam a entrar e todos se posicionavam em filas devidamente arrumadas de fronte aos mestres, os atabaques.
O grande mestre levanta a sua mão e os atabaques silenciaram.
_ Salve capoeira! Salve capoeira Angola! Salve a capoeira Regional!
_ Salve Mestre Bimba e salve mestre Pastinha!
Neste instante todos os lenços brancos dos capoeiras estavam sendo levantados em sinal de respeito, em reverência à paz, justiça, na luta por grandes mestres pela sua arte, sua cultura, afro-brasileira e um canto lindo da capoeira começa a ser entoado.
A roda em seguida estava pronta. De um lado alguns alunos e do outro os mestres. Os nomes seriam chamados e um a um confrontando com seus mestres. Eu não queria cair rápido, queria resistir e ganhar o meu primeiro cordão com raça e ginga e certamente eu não teria medo daquele mestre.
O meu nome foi chamado. Aos pés do berimbau e do atabaque, cumprimentei o mestre e o jogo iniciou, olho no olho e como era regional eu deveria atacar de forma precisa, mas sem encostar nele. O martelo voador deveria passar próximo da sua cabeça e voltando num movimento rápido, uma rasteira, uma chapa pulada, uma benção, uma queixada, movimentos feitos entre paradas de mão, armada, pião de mão e uma tesoura? _ Não!! Eu não ousaria dar uma tesoura no mestre, movimento que com as minhas pernas eu o derrubo ao chão. _ Não!! Ele sim me derrubaria mas como? E continuei gingando e no ataque e na defesa e entre a negativa e o gancho e com uma chibata, eu estava no chão. O mestre estendeu a sua mão ,levantando-me e assim ganhei a minha primeira graduação e todos que estavam ali presentes estariam certamente enfrentando com coragem seus mestres e mostrando a lição aprendida durante todos os dias de ginga e canto e harmonia em suas escolas. Depois vieram outras graduações, outros confrontos.
As cores eram diversas dos cordões que estavam sendo amarrados na cintura dos capoeiristas e estes entregando para seus padrinhos uma rosa em sinal de agradecimento.

Regina Rocha

***